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Gás Natural

O Estado do Amazonas ocupa posição estratégica no cenário energético nacional ao deter a maior reserva terrestre de gás  natural (onshore) do Brasil. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Amazonas figura como o terceiro maior produtor nacional, com uma produção aproximada de 14 milhões de metros cúbicos diários, o que corresponde a 10% do total nacional. Esta produção provém majoritariamente de duas bacias sedimentares: a do Amazonas e a do Solimões.
A Bacia do Solimões, onde está localizado o Pólo Arara/Urucu, operado pela Petrobras, é responsável por abastecer a cidade de Manaus por meio do gasoduto Coari–Manaus. Já a Bacia do Amazonas abriga o campo de Azulão, situado no município de Silves, operado pela empresa Eneva, cuja produção é destinada à geração termelétrica fora do estado, especialmente para a usina Jaguatirica II, em Boa Vista (RR), através do transporte de Gás Natural Liquefeito (GNL).

O avanço na produção e distribuição de gás natural no estado foi viabilizado a partir de marcos regulatórios recentes. A sanção da Lei Federal nº 14.134/2021, que instituiu o novo marco do gás natural no país, aliada à Lei Estadual nº 5.420/2021, possibilitou maior segurança jurídica para investimentos no setor, ampliando o alcance da distribuição e comercialização do insumo em todo o território amazonense.

As reservas provadas no Amazonas somam 43 bilhões de metros cúbicos de gás natural e 48 milhões de barris de petróleo. Quando consideradas as reservas provadas e prováveis (2P), estima-se um total recuperável de 106 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Tais dados indicam não apenas o potencial de autossuficiência energética do estado, mas também a sua capacidade de contribuição para o equilíbrio da matriz energética nacional.

O setor também tem desempenhado papel relevante na arrecadação de receitas públicas. Em 2024, os royalties recebidos pelo estado do Amazonas provenientes da exploração de petróleo e gás ultrapassaram R$340 milhões. O município de Coari, por onde passa o gasoduto e que abriga instalações operacionais da Petrobras, figura entre os maiores arrecadadores de royalties do país.

O Amazonas desponta como um dos pólos mais promissores para investimentos em gás natural no Brasil, combinando abundância de reservas, expansão da infraestrutura e ambiente regulatório favorável. Esse potencial é reforçado por grandes projetos de exploração e produção, como o Complexo Azulão 950, liderado pela Eneva, que prevê investimentos de R$ 5,8 bilhões na construção de três usinas termelétricas em Silves, com capacidade de abastecer 3,7 milhões de residências entre o final de 2026 e início de 2027. Outro ativo estratégico é o Campo do Juruá, na Bacia do Solimões, com alto potencial de ampliação da produção.
 

A infraestrutura de distribuição também apresenta forte expansão. A Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) já investiu cerca de R$ 1 bilhão e planeja mais R$ 360 milhões até 2028, ampliando a rede para mais de 430 km de gasodutos e atingindo cerca de 23 mil unidades consumidoras.

Dentre as oportunidades para investimento no setor estão a ampliação da malha de distribuição para as rodovias estaduais e federais da região metropolitana de Manaus, como por exemplo a rodovia AM-070, que liga Manaus a Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. A expansão da malha de distribuição para Iranduba e Manacapuru representa uma oportunidade estratégica para impulsionar a competitividade e a sustentabilidade do polo cerâmico-oleiro instalado nessa região.

Atualmente, a produção cerâmica local é fortemente dependente de combustíveis fósseis convencionais, como óleo diesel e principalmente lenha, que apresentam custos elevados, riscos de volatilidade de preços e impactos ambientais significativos. A substituição gradual desses insumos pelo gás natural proporcionaria ganhos expressivos em eficiência energética, redução de custos operacionais e melhoria da qualidade ambiental, com menor emissão de  gases poluentes causadores do efeito estufa.

O setor de gás natural no Amazonas oferece um ambiente sólido e dinâmico para investidores que buscam retornos consistentes e participação ativa na transição energética do estado. 

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